Nas mais diversas culturas, a abóbada celeste sempre foi a morada dos deuses. Mas, como entrar em contato com eles? O único elemento que o homem conseguia produzir e que subia aos céus, era a fumaça. Por isso, desde a Antiguidade mais remota, todas as religiões usavam o incenso para ligar a dimensão terrena a celestial. Subindo às alturas, a fumaça levaria mensagens, pedidos e oferendas aos deuses.
Nas cerimônias de adoração, os indianos fazem uma oferenda
para agradar os quatro elementos da natureza: numa bandeja dourada repousam uma
pequena chama, representando o elemento fogo; uma pena de pavão, que, ao ser
agitada, cria o vento, o ar; um búzio cheio de água; e um incenso, onde estão
reunidas as energias da terra.
Os incensos mais puros são feitos artesanalmente de esterco
de vaca - animal considerado sagrado, por alimentar o mundo com leite -,
resinas de árvores (ambos elementos combustíveis) e óleos essenciais naturais.
No ocidente, o hábito de acender um incenso criou força
apartir dos anos 1960, com o movimento hippie. Naquela época, o máximo era
cruzar as fronteiras do Oriente em busca de mestres espirituais e seitas
exóticas. Na bagagem de volta traziam as varetinhas perfumadas, concedendo a
elas o poder de "melhorar o astral".
Nos mosteiros, os perfumes doces eram usados para bloquear o
apetite, ajundando a suportar o jejum durante as penitências.
O uso da fumaça tinha um valor simbólico muito positivo:
associar o homem à divindade. A fumaça é a imagem das relações entre a terra e
o céu. A coluna da fumaça se identifica com o eixo do mundo ou a
espiritualização do homem.
No cachimbo sagrado dos índios da América do Norte, é
possível citar, no conjunto dos fumos rituais de funções purificadoras, o incenso,
resinas como copal; tabaco; madeira de cedro.
Por aqui, o incensamento perfumado dos cachimbos ou charutos
dos Pretos Velhos possui o poder envolver e proteger a aura dos frequentadores
de um Terreiro. Assim como entre os índios peles-vermelhas, os cachimbos
simbolizam a força e a potência do Homem primordial (o cachimbo é o corpo e a
fumaça a alma). O hábito de assoprar ou baforar a fumaça nos passes
ritualísticos na Umbanda, foi absorvido na aculturação dos povos ameríndios.
O significado do incensamento umbandista é purificar o espírito e fazer uma "faxina" no corpo físico.
Obrigada Prion p/mais uma aula.
ResponderExcluirValeu!!!!