O Poder do Perdão: aprenda 6 práticas da Meditação Cristã que podem mudar a sua vida
Conta-se que um dos soldados de Napoleão cometeu um crime e foi condenado à morte.
Na véspera do fuzilamento a mãe do soldado foi implorar para que a vida de seu filho fosse poupada.
__ Minha senhora, o que seu filho fez não merece clemência.
__ Eu sei - disse a mãe - Se merecesse, não seria verdadeiramente um perdão. Perdoar é a capacidade de ir além da vingança ou da justiça.
Ao ouvir estas palavras, Napoleão cedeu e transformou a pena de morte em exílio.
A história não conta qual foi o crime desse soldado. Mas a reação do grande estadista militar francês ficou registrada para sempre. Nem sempre é fácil dar o perdão a quem nos magoa ou quem já nos traiu um dia. Mas é perdoando que conseguimos paz de espírito e nos livramos das emoções negativas que envenenam o coração. E Napoleão soube sabiamente como se livrar disso.
Perdoar é difícil, mas Jesus ensinava a importância de saber perdoar. Foi ele quem ofereceu a vida eterna a um dos ladrões crucificados a seu lado. E sua compaixão repercutiu positivamente no coração de alguém considerado marginal.
Se existe alguém que nos causou algum mal é difícil perdoar. Mas os grandes pensamentos espiritualistas afirmam que perdoar resgata a nossa dignidade e nos faz crescer, pois passamos a conhecer melhor a nós mesmos e aos outros. Jesus, por exemplo, ensinava que era importante perdoar não apenas sete, mas setenta vezes sete!
Exercitar o perdão nos faz sair da condição de vítimas (dos outros ou das circunstâncias): afinal, as pessoas que se sentem vítimas de uma traição se tornam perseguidores em potencial, e assim perpetuam um ciclo de vingança e violência. Perdoando, abandonamos essa condição e consequentemente esses sofrimentos.
Segundo o monge beneditino Laurence Freeman, podemos praticar o perdão quando nos interiorizamos - o que pode ser conseguido pela prática da meditação, também ensinada em alguns grupos de oração católicos. Perdoar é uma virtude. É uma resposta magnânima de quem esquece ofensas, no desejo sincero de uma reconciliação que não deixe ressentimentos. E isso pode exigir muito de quem vai exercer o perdão.
Existem quatro passos básicos que são ensinados nesses grupos:
OBSERVAR A SITUAÇÃO PELO ÂNGULO DO OUTRO
Esse é um estágio em que exercemos a compaixão, tentando entender os motivos que levaram a pessoa a nos atacar. Não é preciso perguntar nada a ela diretamente. Mas vamos tentar nos colocar no mesmo estado de espírito que fez o outro agir dessa forma. Mesmo que não suja nenhuma compreensão relevante, só essa atitude já vai nos levar a outro estado emocional, mais tranquilo.
EXPRESSAR A RAIVA
Na maioria das vezes o perdão não acontece de repente. No primeiro estágio, temos que ser honestos e admitir que podemos estar querendo até destruir o inimigo. É o momento, por exemplo, de colocar toda a raiva numa carta endereçada a quem odiamos - que, claro nunca vamos colocar no correio. Mas ao menos pomos para fora o veneno da raiva, que intoxica nosso sangue, o que nos faz sentir melhor.
NÃO-VIOLÊNCIA INÍCIO DA TRANSFORMAÇÃO
A não-violência significa não reagir violentamente quando nos sentimos feridos ou humilhados. Sempre que sofremos uma injustiça, primeiro sentimos o choque, depois a tristeza. Só daí acontece a segunda etapa, o despertar do ódio, da ira. Nesse espaço de minuto entre a tristeza e a raiva, temos uma oportunidade de transformação. Se escolhemos não passar para o estado de violência, aí começa verdadeiramente o processo do perdão, que será feito em etapas, até chegar ao estágio mais elevado do perdão, o “amai vossos inimigos” como afirmava Jesus.
ETAPA FINAL: O PERDÃO DEFINITIVO
O tempo e a meditação - que nos leva a olhar para dentro de nós - são nossos grandes aliados na busca do perdão. Nos sentimos feridos e magoados, esse é o melhor momento para meditar. Ao descobrirmos que quem nos traiu é um ser humano como nós podemos sentir verdadeira compaixão por essa pessoa. E um dia, sem mais nem menos, encontramos nosso inimigo e descobrimos que já não odiamos mais.
APRENDA 6 PRÁTICAS DA MEDITAÇÃO CRISTÃ
Criada nos mosteiros nos primeiros tempos do cristianismo, a meditação beneditina cristã proporciona um estado de relaxamento necessário para o nem sempre o exercício de perdoar. Nela descobrimos nossa verdadeira natureza interior, feita de paz, amor e alegria. Tente praticá-la em lugar tranquilo. Vamos tentar?
1 - Sente-se em uma cadeira com uma coluna alinhada, procurando relaxar.
2 - Retraia ligeiramente o queixo, o que provocará uma leve inclinação da cabeça para frente.
3 - Deixe os braços e as mãos relaxadas sobre as coxas.
4 - Descontraia o corpo, eliminando pequenas tensões.
5 - Sinta o silêncio. Mentalmente, repita as sílabas "MA-RA-NA-TA" que significam “Vinde, ó Senhor!”, em aramaico - a língua falada por Jesus. Essa é uma invocação para que Deus preencha seu Coração.
6 - Procure centrar seu pensamento nas palavras e volte a elas toda vez que estiver distraído. Comece meditando por cinco minutos e chegue até 20 minutos, pelo menos duas vezes por dia, ao levantar e ao dormir.
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