A filosofia maçônica define a palavra ambição como "uma batalha que o homem trava internamente antes de chegar ao estado de equilíbrio". Esse sentimento mesquinho, seria nesse caso, uma luta travada em um dos principais ciclos da vida, um período que as paixões ainda dominam a razão conduzindo o homem aos excessos.
A fábula que se segue, fala exatamente sobre a ambição
humana e especialmente sobre Mogo, um jovem que vivia numa terra distante, há muitos e muitos séculos
atrás.
Mogo ganhava seu sustento quebrando pedras. Embora são e
forte, o rapaz vivia reclamando do destino. Blasfemava tanto contra Deus, que
um dia seu Anjo da guarda terminou aparecendo.
_ Por que vive reclamando, Mogo? Você tem saúde e uma vida longa pela frente – disse o Anjo
– Todos os jovens começam fazendo algo como você.
_ Não está vendo que Deus foi injusto comigo? Ele nunca me deu oportunidade de
crescer – respondeu Mogo.
Preocupado, o Anjo foi à presença de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, pedindo ajuda para que seu protegido não terminasse perdendo sua alma.
Preocupado, o Anjo foi à presença de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, pedindo ajuda para que seu protegido não terminasse perdendo sua alma.
_ Seja feita a tua vontade – sentenciou o Criador dos Mundos – Tudo o que Mogo desejar, lhe será concedido.
No dia seguinte, Mogo quebrava pedras quando viu passar uma
carruagem levando um nobre coberto de jóias. Passando as mãos pelo rosto
suarento e sujo, Mogo disse com amargura:
_ Por que não posso se eu nobre, também? Este é o meu
destino!
_ Sê-lo-ás! – murmurou seu Anjo, com imensa alegria.
E Mogo transformou-se no dono de um palácio suntuoso, muitas terras, cercado de servos e cavalos. Costumava sair todos os dias com seu impressionante cortejo, e gostava de ver seus antigos companheiros alinhados à beira da estrada, olhando-o com medo e respeito. Numa destas tardes, o calor estava insuportável; mesmo debaixo de seu guarda-sol dourado, Mogo transpirava como no tempo em que lascava pedras. Deu-se então conta de que não era tão importante assim: acima dele havia príncipes, imperadores, e ainda mais alto que estes estava o Sol, que não obedecia a ninguém – pois era o verdadeiro rei.
E Mogo transformou-se no dono de um palácio suntuoso, muitas terras, cercado de servos e cavalos. Costumava sair todos os dias com seu impressionante cortejo, e gostava de ver seus antigos companheiros alinhados à beira da estrada, olhando-o com medo e respeito. Numa destas tardes, o calor estava insuportável; mesmo debaixo de seu guarda-sol dourado, Mogo transpirava como no tempo em que lascava pedras. Deu-se então conta de que não era tão importante assim: acima dele havia príncipes, imperadores, e ainda mais alto que estes estava o Sol, que não obedecia a ninguém – pois era o verdadeiro rei.
_ Ah, Anjo meu! Por que não posso ser o sol? Este deve ser
o meu destino! – choramingou Mogo.
_ Pois sê-lo-ás! – exclamou o Anjo, escondendo sua tristeza
diante de tanta ambição.
E Mogo foi o sol, como era seu desejo.
Enquanto brilhava no céu, admirado com seu gigantesco poder de amadurecer as colheitas, ou queimá-las a seu bel-prazer, um ponto negro começou a avançar ao seu encontro. A mancha escura foi crescendo – e Mogo reparou que era uma nuvem, estendendo-se à sua volta, e fazendo com que não pudesse ver a Terra.
Enquanto brilhava no céu, admirado com seu gigantesco poder de amadurecer as colheitas, ou queimá-las a seu bel-prazer, um ponto negro começou a avançar ao seu encontro. A mancha escura foi crescendo – e Mogo reparou que era uma nuvem, estendendo-se à sua volta, e fazendo com que não pudesse ver a Terra.
_ Anjo!Anjo! Anjo! – gritou três vezes Mogo – A nuvem é
mais forte do que o sol! Meu destino é ser nuvem!
_ Assim como desejas, sê-lo-ás! – respondeu o Anjo.
Mogo foi transformado em nuvem, e achou que havia realizado
o seu sonho.
_ Sou invencível! – trovejava, perseguindo as ondas.
Mas na costa deserta do oceano, erguia-se uma imensa rocha
de granito, tão velha como o mundo. Mogo achou que a rocha o desafiava, e
desencadeou uma tempestade que o mundo jamais vira. As ondas, enormes e
furiosas, golpeavam as rochas, tentando arrancá-las do lolo e atirá-las no
fundo do mar. Mas, firme e impassível, a rocha continuava no mesmo lugar.
_ Anjo! – soluçava Mogo – a rocha é mais forte que a nuvem!
Meu destino é ser uma rocha!
E Mogo transformou-se em uma rocha.
E Mogo transformou-se em uma rocha.
_ Quem poderá me vencer agora?!! – perguntava a si mesmo –
Sou o mais poderoso do mundo!!!
E assim se passaram vários anos, até que, certa manhã, Mogo
sentiu uma lancetada aguda em suas entranhas de pedra, seguida de uma dor
profunda, como se uma parte de seu corpo de granito estivesse sendo dilacerada.
Logo ouviu golpes surdos, insistentes, e novamente a dor insuportável.
Louco de dor e espanto gritou:
_ Anjo, alguém está querendo me matar! Ele tem mais poder
que eu!!! Eu quero ser como ele!!!
_ E sê-lo-ás! – exclamou o Anjo, chorando.
E foi assim que Mogo voltou a lascar pedras.
Pryom! Simplesmente...Sem palavras com a Fábula acima.
ResponderExcluirComo somos egoístas.
Namastê.
Beth.
São as paixões que levam o homem aos excessos, Beth. Infelizmente.
ExcluirMaravilha........Lindo, sempre aprendendo!
ResponderExcluirA Maçonaria possui uma filosofia muito rica, Gilmara. E toda ela enfatiza as paixões que nos conduz aos erros.
ExcluirMuito obrigado pela sua visita.