De onde surgiu o hábito de perfurar as orelhas?


Segundo os estudiosos, o hábito de perfurar e inserir ornamentos de ossos, madeira ou metal nas orelhas existe desde os tempos primitivos, e muitas vezes tinha um significado de coragem, realeza e religiosidade.


Hoje em dia é comum colocar um piercing em qualquer parte do corpo, mas para os antigos povos transpassar o corpo com um ornamento era considerado um privilégio. Para os antigos egípcios e nobres romanos, a utilização de argolas nas orelhas era associado à riqueza - e em alguns casos, entre os romanos, luxúria. Entre os soldados e centuriões, entretanto, perfurar os mamilos com uma argola de prata era um distintivo de honra, força e virilidade que demonstrava dedicação ao Império.


No oriente, os monges ou iogues que faziam votos de castidade furavam uma das orelhas e colocava um ornamento - pelo qual eram reconhecidos e respeitados. E todos acreditavam que os ornamentos serviriam de proteção contra doenças e negatividades.


Segundo Chevalier, as argolas ou os brincos (boucles d'oreilles) eram usados em todas as áreas culturais. Na África do Norte, por exemplo, eles teriam uma significação sexual: as mulheres, da puberdade até a menopausa, usavam brincos denominados bularwah (literalmente, "portadores de alma"). Essa joia feita geralmente de prata estaria ligada à fecundidade. Essa prática relacionava-se com os ritos de excisão dos quais seriam apenas uma das formas simbólicas, como a perfuração do nariz, dos lábios ou das orelhas. Seja como for, o simbolismo sexual dos brincos parece estar de acordo com a etimologia latina da palavra francesa boucle, que significa boca pequena ou pequenos lábios.
 


Provavelmente o hábito de furar as orelhas do bebê do sexo feminino tenha surgido de alguma dessas antigas tradições. Mas com o aumento da discussão sobre gêneros e o impacto negativo sobre os estereótipos sociais, hoje em dia - principalmente no Brasil - esse hábito passou a ser questionado por alguns psicólogos. Certamente se trata de um questionamento complexo e polêmico.
 


Teoricamente, em qualquer ponto da orelha podemos furar e ornamentar - desde que obedecidos conceitos básicos de higiene -, pois trata-se de um tecido cartilaginoso revestido de pele facilmente cicatrizável.


Priom
Mestre Interior
Meu nome é Priom e permaneço em processo constante de conhecimento sobre mim mesmo, sobre o mundo e sobre as relações humanas. Compartilho aqui conteúdos apurados  sobre Numerologia, Astrologia, Espiritualidade e religião. Saiba mais sobre mim e o blog aqui.

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