Todos nós somos geniais. Nesse artigo, quatro pistas servirão de reflexão sobre a origem de uma força que reside dentro de nós - uma divindade interior particularmente chamada gênio. E o famoso conto árabe chamado Aladim e a Lâmpada Maravilhosa é uma fonte que não deve ser ignorada.
Adaptado inúmeras vezes em filmes, óperas e literatura, Aladim e a Lâmpada Maravilhosa se popularizou no Ocidente depois que Antoine Galland, traduziu e acrescentou o conto à coletânea de As Mil e Uma Noites. O conto narra a história de Aladim, um menino pobre, que após descobrir uma lâmpada de azeite no interior de uma caverna, encontra um gênio poderoso capaz de realizar qualquer tipo de desejo.
O conto é repleto de curiosidades ligadas ao conhecimento esotérico. Além da caverna, símbolo óbvio das tradições iniciáticas, outros quatro detalhes não podem passar despercebidos sobre o jovem que encontrou uma lâmpada e - dentro dela - um gênio.
1) O NOME ALADIM: QUAL A ORIGEM E O QUE SIGNIFICA?
O nome Aladim, em árabe علاء الدين significa, literalmente, “nobreza da fé”. Em uma tradução livre, Alāʼ ad-Dīn, algo semelhante a "aquele que carrega dentro de si a força de Allah".
2) O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO DIN?
Mas para compreender o sentido do nome Aladim e da expressão em árabe é necessário estudar a origem etimológica de din - conceito que foi derivado da língua indo-europeia que originou o nome do primeiro dos 35 deuses da mitologia escandinava: Odin.
Curiosamente, din serve de prefixo para algumas palavras em português como dínamo, dinâmico e dinamismo - que aludem o conceito de energia, força e vitalidade.
O dina, unidade de medida de força, advém desse conceito. Assim como a dinamite, substância explosiva de dentro para fora; e dinastia, poder ligado a soberania. E não podemos esquecer que o deus Odin também é Força e Poder!
Correlacionando o conceito de força à palavra, Allah-Din significa o poder de Allah (Deus) dentro de nós! Ora, se Deus se encontra no ponto focal da energia universal internalizada em cada ser, então estamos falando da força do mestre interior, do Eu Interior - do djin, jina ou gênio.
3) COMO SURGIU A DEFINIÇÃO DE GÊNIO COMO FORÇA CRIATIVA OU DE REALIZAÇÃO DE DESEJOS?
Muito provavelmente, do próprio termo din através da pronúncia oriental djin. Em árabe, os djins simbolizam uma entidade sobrenatural do mundo intermediário entre os anjos e os homens. Muitas interpretações associam os djins como entidades que oscilam entre o Bem e o Mal. Os djins regem, segundo os ocultistas, o destino de alguém ou de um lugar; embora sejam também descritos de um modo inteiramente virtuoso e protetor - como os daemons gregos.
Nas tradições trans-himalaias onde se fundem as culturas tibetana, chinesa e mongólica, os djina (ou jina) são habitantes dos mundos ocultos de Agharta e Shamballah (peço que repare o nome de Allah- no fim desta palavra).
A palavra gênio é uma referência linguística para o djin encontrado na Lâmpada pelo jovem aprendiz chamado Aladim. Entretanto, a palavra gênio não possui origem no djin árabe: em latim, gênio simboliza uma qualidade criativa que acompanha o homem desde o nascimento.
Essa capacidade sobrenatural de criar e perceber o mundo ao redor - conhecida por genialidade - é comumente simbolizada nos quadrinhos e no grafismo (foto acima) por uma lâmpada que se acende sobre nossas cabeças.
O fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, Henrique José de Souza e Mário Rosso de Luna, teósofo, astrólogo, jornalista e maçom espanhol (foto), afirmavam que jina e djin eram raízes da palavra gênio - expressão muito usada para designar o talento e capacidade criativa de um indivíduo.
Como os muros de Agharta e Shamballah são também chamados de mundos interiores, fecha-se este circuito semântico considerando-se interior como sinônimo subjetivo de intuição.
Ora, na etimologia ocultista é frequente o recurso de anagramas (troca de posições das letras de uma palavra para formar outra), método de disfarçar ou ocultar um conceito - como na expressão din. Assim como os anjos possam vir a ser uma espécie de jina, o Gênio da Lâmpada mostra-se como uma entidade interna que, quando ativada (polida), manifesta o seu potencial protetor e criativo para realizar todos os nossos desejos.
4) POR QUE ALADIM É UM DOS CONTOS MAIS LEMBRADOS DAS MIL E UMA NOITES?
O número 1001 é uma mistura de duas energias: a do número 1, que aparecendo duas vezes, amplifica a intuição e a percepção humana; e o número 0, que intercala duas vezes, acentuando as influências da criação, inspiração e dos novos começos.
Se o número 1001 for lido como um anagrama (IOOI) - corresponderia ao neófito (I) diante da entrada e saída de uma caverna (O) - na verdade o VITRIOL, cuja sigla é conhecida nas iniciações maçônicas que significa a busca do homem para melhorar e aperfeiçoar a si mesmo. Ou poderia ser visto apenas como o número 10 espelhado, de trás para frente e de frente para trás.
Na realidade, as mil e uma noites se referem às aventuras e as vicissitudes do Eu nos planos da inteligência superior ou inferior do nosso ser - ou às aventuras Eu Interior no plano dos anjos e dos jinas.
0 Comentários:
Postar um comentário
Obrigado por deixar seu comentário!