Os Orixás regentes de 2024: Iansã e Obaluaê


Iansã ou Oyá, como é também conhecida, costuma enxergar guerra em tudo. É agressiva por natureza e possui ataques de cólera por qualquer tipo de ideal. Várias são as lendas que narram o seu poder mágico. Em uma delas, conta-se que casou-se com Ogum, deus da guerra, e com ele não poderia ter filhos. Inconformada, consultou um feiticeiro e soube que poderia conceber, desde que fosse possuída à força. Coube esse papel a Xangô, deus da justiça, seu amante. Da traição nasceram nove crianças, das quais oito eram mudas. A última que nasceu era Egum, que falava com voz inumana e estranha.

Vários ensinamentos podemos tirar dessa lenda. Basta lembrar que o número de crianças que nasceram mudas de uma traição eram oito - o mesmo número que a Numerologia aponta como Vibração Universal (leia o artigo completo aqui!). 

Oyá tem ligação com os Quatro Elementos da natureza. Ela se relaciona com a Água, sob a forma de tempestades. É manipuladora do Ar; domina a Terra; e foi a primeira mulher a conhecer o segredo do Fogo. Nas cerimônias do candomblé, Iansã é o primeiro orixá feminino a se apresentar logo após Exú e surge como uma guerreira prometendo transformações sem limites. Oyá ostenta uma imagem extrovertida de uma mulher que sabe o que quer e tenta se defender com suas próprias armas. Por isso, guarda certa distância das outras orixás. Oyá está constantemente presente nos campos de batalha e nas conquistas diárias. Ela é a rainha dos raios e o seu brilho são interpretados como impulsos de genialidade. É justamente quando seus filhos almejam um objetivo que ela se manifesta - e um relâmpago corta o céu. 


Mas apesar de Iansã ser a regente de 2024, quem responderá por ela é Obaluaê, uma antiga paixão. Dizem que o relacionamento entre ambos surgiu durante uma festa que reuniu os orixás. Todos dançavam, riam, bebiam menos o misterioso Obaluaê, que ficava espreitando da porta, coberto de palha-da-costa da cabeça aos pés, envergonhado de sua feiúra. Oyá, a mais curiosa de todas as mulheres da festa, aproximou-se dele; e num turbilhão de vento levantou a palha, revelando um rapaz muito bonito. Desde então, os dois se enamoraram e passaram a reinar juntos sobre os mortos.

Entretanto, essa paixão resultou em uma enorme frustração: foi assim que Obaluaê se tornou amargo, seco, rancoroso e com a reputação de portador de eventos desagradáveis na Terra. Temido e respeitado, sua presença passou a atrair preocupações que o associavam à morte. Se é verdade que sua força é tão implacável que não possa ser modificada pela vontade humana, também é verdade que desempenha um papel indispensável na ordem do universo, como força do “determinismo cármico” Dele nada escapa. Seu nome, Oba Lúwa Iyé, significa “o dono da terra” - uma maneira de afirmar que a terra lhe pertence e cabe somente à ele as decisões de limitar, dividir ou mandar para debaixo dela aqueles que não conseguem conviver em paz no mesmo espaço físico

Obaluaê tem a capacidade de ensinar lições desagradáveis, tristes e dolorosas, mas extremamente necessárias para compreender a nossa passagem espiritual pela Terra. Sua proximidade com Iansã é dissonante, embora rica para reconhecer os nossos limites,  qualidades, medos e defeitos. 

Oyá, por sua vez, é uma mulher livre: inunda, seca, incendeia e assopra para longe quem ousar controlar sua natureza.

QUAIS AS PREVISÕES PARA 2024?

As energias dos dois orixás se refletirão na nossa individualidade de diferentes formas e também nos diversos setores da sociedade. 

Iansã é a Natureza manifestada. Ela é a destruição após a tempestade; é o fogo e os incêndios; é a seca e os tremores de terra - é a manifestação simbólica dos humores e dos hormônios de uma mulher adulta. 

Iansã é mulher que fracassa no primeiro casamento e acaba encontrando a felicidade de lutar contra qualquer tipo de violência que lhe for imposta. O fato de estar relacionada à guerra não a afasta das características de uma mulher sensual, ousada e independente. Iansã demonstra amor na mesma proporção que exterioriza o seu ódio.  

Eis aqui o ponto crucial para entendermos o próximo ciclo. 

Ao contrário da impaciente Oyá, Obaluaê é uma energia densa e arrastada. Por isso, será comum observar dificuldades para realização de projetos que exijam resultados imediatos. 

Todos deverão agir com muita paciência e organização; ao contrário, perde-se tudo: dinheiro, trabalho, saúde

Devemos ter bastante cuidado com o risco de sofrer acidentes graves. Obaluaê revela medo diante da morte, medo das transformações e mudanças imediatas.

Por fim, os dois orixás promovem uma reflexão sobre crises existenciais, autoestima, aceitação do próprio corpo, sexualidade e velhice - fase da vida que todos os valores que antes nos apegamos parecem negados. Para muitos, essa perda equivale à morte. 

As energias de Iansã e Obaluaê mostram que devemos nos aceitar como somos, como estamos e que as limitações do corpo não devem ser encaradas como impedimento para encarar as transformações para um novo estágio da vida.


Priom
Mestre Interior
Meu nome é Priom e permaneço em processo constante de conhecimento sobre mim mesmo, sobre o mundo e sobre as relações humanas. Compartilho aqui conteúdos apurados  sobre Numerologia, Astrologia, Espiritualidade e religião. Saiba mais sobre mim e o blog aqui.

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1 Comentários:

  1. Sensacional... um Ano de muito trabalho, desafios ... enfim estamos aqui para crescer. Huhuhu.

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