Sim, nós também temos as nossas catástrofes naturais, mas estas são coadjuvantes patrocinadas pelo crescimento desordenado e pela má administração política. Apesar de sofrermos com as dezenas de mortes com as enchentes e desabamentos no início do ano nada é mais desesperador que assistir um país perdido que não possui uma diretriz, um porto.
O Haiti pode ser definido desse modo. Não devemos creditar a Deus as infelicidades, as perdas, as dores. Mas, acima de tudo reforçar a nossa Fé, a Esperança e a Caridade. Há uma prece muito conhecida que expressa algumas diretrizes básicas de nossa filosofia de vida: "Deus, conceda-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar. Coragem para modificar as coisas que posso; e a sabedoria para discernir a diferença entre elas". Alguém, um dia me explicou: "Para mim, as coisas que não posso modificar são outras pessoas, lugares e circunstâncias. As únicas coisas que posso mudar são as minhas atitudes, reações e ações em relação a pessoas, lugares e circunstâncias de minha vida". Para quem está passando por essa dor, questionar Deus é uma tarefa natural.
Nunca se esqueça, que apesar de mergulharmos em depressões e angústias diárias, o que assistimos pela tevê é muito maior e insolúvel. Às vezes, os nossos problemas - em comparação ao que assistimos - são pequenos, ínfimos.
Existe uma Oração proferida pelo padre dominicano chamado Louis Joseph Lebret (1897-1966), que publicou vários trabalhos sobre economia e desenvolvimento harmonizado dos países pobres do mundo. Ele, à época, escreveu essa interessante Oração que repasso a seguir. Ela traduz o espírito de solidariedade e fé que alimenta os homens de boa vontade na Terra.
A Oração pelos povos subdesenvolvidos é ainda atual e nada do que cita modificou daquela época para cá. O homem continua a sofrer com a natureza; a natureza com o homem; e nós consigo mesmo.
Senhor,
estavam em volta de Ti cinco mil homens,
cansados e esfomeados,
e lhes deste pão e peixe.
Senhor,
há agora em torno de Ti
mais de um bilhão de esfomeados e maltrapilhos,
e não sabemos como socorrê-los!
Nosso próximo mais próximo é toda a humanidade sofredora.
O Ocidente acostumou-se a viver como senhor.
É preciso que haja vilões e que haja nobres,
que haja operários e que haja patrões,
que haja subalimentados e pessoas fartas.
Senhor,
eu rezo, angustiado, por esses infelizes,
plantadores de café, e cultivadores de arroz,
pelos que trabalham nas minas de cobre e de ferro,
pelos transportadores anônimos que carregam nas costas,
pelos estivadores hirsutos dos grandes portos.
Rezo,
também, por aqueles que não exploramos diretamente,
pelos que morrem de fome ao lado dos animais sagrados,
pelos que ainda não inventaram o arado,
pelos que cultivam nas encostas vertiginosas
e pelos que estão imersos nas florestas alagadas...
Divertimo-nos com seu folclore e não temos dó de sua fome.
Senhor,
fazei que não amemos somente com palavras!
Eu, Senhor,
que fiz eu para que eles se tornem mais homens?
Senhor!
despertai a consciência dos que se julgam civilizados.
Namaste!
Que belo esse texto,emocionante mesmo e nos leva a uma reflexão de o quanto somos egoístas, estamos preocupados com supérfulos sem se dar conta do sofrimento alheio, não precisamos ir ao Haiti p/ ver tanta miséria,mas infelismente vivemos olhando para o nosso umbigo, as coisas so doeem quando é conosco.Obrigado pela oportunidade de estar aqui, ler e refletir sobre tudo isso. Cresci um pouquinho. Namastê!
ResponderExcluirQuerida Samkally, na verdade os agradecimentos são meus. Obrigado por permitir Servir através dos meus textos. Prometo estar sempre interligado ao meu Mestre, a fim de trazer a você e a todos um pouco do Conhecimento e Luz.
ResponderExcluirNamaste!